
Rio de Janeiro vê resultado inédito na melhor corrida dos últimos tempos
Foram necessárias 71 largadas para que o paulista Felipe Maluhy, enfim, escalasse o alto do pódio da Stock Car. O piloto da Officer Pamplona conquistou neste domingo no Autódromo de Jacarepaguá a sua primeira vitória - e não foi numa corrida qualquer. A etapa carioca, marcada por um alucinante final, foi a melhor da categoria nos últimos anos. Foram tantas as alternativas nas últimas voltas que, mesmo depois da entrega dos prêmios, ainda não se sabia exatamente o resultado final. Ricardo Maurício (RC), segundo a receber a bandeirada, cruzou a linha de chegada sem o capô do motor e foi obrigado a esperar a decisão dos comissários para ter confirmada a sua posição. Mais tarde, o campeão de 2008 seria punido com 20 segundos de acréscimo ao tempo total e despencou para 18º.
Maluhy foi recompensado por atuação agressiva e dedicou a vitória a alguém muito especial. "A corrida foi importante para mim porque perdi meu pai no dia 28 de dezembro e queria dividir essa emoção com ele. Buscava essa vitória desde 2005, bati na trave várias vezes, disputei o título, mas ela não vinha", comemorou. Terceiro no grid, Maluhy, de 32 anos, ultrapassou Maurício na largada e passou a perseguir o pole Allam Khodair até tomar a ponta na 13ª volta, beneficiado por um erro do até então líder. Fez o reabastecimento obrigatório logo na abertura do período regulamentar e manteve a primeira colocação depois que todos já haviam feito o pit stop. Pouco depois, no entanto, passou a ser ameaçado de perto por Maurício, que havia recuperado o segundo lugar na saída dos boxes.
A corrida parecia se encaminhar para um duelo particular entre Maluhy e Maurício quando um acidente no fim da grande reta envolvendo os paranaenses William Starostik e Thiago Marques provocou a entrada do safety car na volta 28. Na relargada, com os carros em fila indiana e depois de uma saída confusa do condutor do carro de segurança, o que se viu foi uma furiosa batalha que levantou as arquibancadas. Átila Abreu (AMG) se deu melhor e assumiu a liderança, mas Maluhy não se deu por vencido e deu o troco na volta 32. Até o encerramento, foi uma sucessão de ultrapassagens e brigas no pelotão da frente, até que na última volta, aproveitando a luta entre Marcos Gomes (Full Time) e Abreu, Maurício reapareceu na segunda posição. Abreu, segundo na prova, ampliou a vantagem na classificação do campeonato.
Maluhy foi o astro principal de um domingo em que outros personagens brilharam. Um deles foi Xandinho Negrão (Medley), que partiu em 34º e último e terminou na zona de pontos com um elogiado 13º lugar. Xandinho fez uma largada excepcional e ganhou 12 posições na primeira volta. "Fiquei por fora e me dei bem. Andei sempre num ritmo muito bom", lamentando apenas o "enrosco" envolvendo Valdeno Brito, Nonô Figueiredo e Thiago Camilo nos últimos minutos. "Fiquei sem espaço, tive de sair na grama e perdi posições. Mas era uma corrida para terminar certamente entre os oito", afirmou. Xandinho foi vítima de uma experiência malsucedida no acerto do carro para os treinos classificatórios. Depois de andar regularmente entre os melhores nos treinos livres, o carro não foi o mesmo no qualifying e comprometeu as chances do piloto cumprir a meta de largar e terminar entre os Top 10.
Os 15 primeiros em Jacarepaguá:
1) Felipe Maluhy (Chevrolet)
2) Átila Abreu (Chevrolet)
3) Allam Khodair (Peugeot)
4) David Muffato (Peugeot)
5) Daniel Serra (Peugeot)
6) Cacá Bueno (Peugeot)
7) Max Wilson (Chevrolet)
8) Julio Campos (Peugeot)
9) Antonio Jorge Neto (Peugeot)
10) Nonô Figueiredo (Chevrolet)
11) Cláudio Ricci (Peugeot)
12) Xandinho Negrão (Chevrolet)
13) Alan Hellmeister (Peugeot)
14) Pedro Gomes (Chevrolet)
15) Alceu Feldmann (Peugeot)
O campeonato: 1) Átila Abreu, 69 pontos; 2) Max Wilson, 48; 3, Ricardo Maurício, 45; 4, Felipe Maluhy, 42; 5, Allam Khodair, 41; 6, Nonô Figueiredo, 39; 7, Daniel Serra, 33; 8, Júlio Campos, 32; 9, Cacá Bueno, 29; 10, Lico Kaesemodel, 18; 11) Diego Nunes, 16; 12) Popó Bueno e David Muffato, 14; 14, Xandinho Negrão, 13.
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